domingo, 9 de maio de 2010

Silencio a noite

Silencio a noite...

As luzes acesas não dizem mais nada... Eram passos nas calçadas...
Um andar sob o outro, ou será sobre o outro...?
A ordem do dicurso não altera a forma crua do imóvel sentido... Um e outro.

Algumas falas dizem o avesso do que desejaria ouvir...
Eram planos os obstáculos... Agora, crio grumos... Bolas que andam sob a pele...
Vento forte... Poesias... Migalhas que dissolvo em minha garganta trêmula.

Certa vez, quando amanhecia, olhei as folhas do outono gravadas na parede... Fiz da imagem um ponto de chegada... Recortada...
Agora, brinco com os moldes que guardarei na memória.

Olhei em volta... Corri... E não cheguei...
Outros planos... Outras criações... Outras sílabas que nunca chegarão aos pulmões.
Em versos digo o amor que sinto... E, às linhas, deixo o que já não sei.

Penso, logo eternizo... Um parafrasear o nada que fora dito...
O tudo que vira precipício... Morro e nem sinto....
A janela precisa ser adequada... Nem vento...Nem sol... Papéis!

Ainda vomito as frases que deveriam ser ditas... Gasto cada saliva, para que o tempo não me cobre a falta de palavras...
E o resto?... Resquícios do que um dia achei que merecia.

Ah! As frases permeiam as encruzilhadas... Às equinas, deixo o sabor da descoberta...
Algo novo... Algo que ainda não recebi... Um olhar que desafiaria os arrepios...
Ou a coragem.

Vento que saboreia das artimanhas dos discursos falhos...
AMAR apenas uma parte do todo...
Sou a interface dos pedaços que me compõem... Apenas a cola cósmica... EU.

Silencio a noite... Nem planos... Nem lembranças...
Renovam-se as células... Desconheço-me, quando com frio...
Amadurecidas sentenças... O gosto alvo de uma erva daninha... Queimo e renasço...

Enquanto a noite será guia do que já não entendo mais...

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