quinta-feira, 15 de julho de 2010

Medidas

Medidas são ramos... Alguns ditos e alguns planos.
Perco-me, nas artimanhas de um destino que brinca comigo.
Verdes lábios... Amadurecidos sentidos.
Os dias passam... E passarão muito rápido.
Conforta-me a morte... Contemplada pela razão de existir.
O corpo inverga... As folhas caem... Foi-se mais uma tarde da minha vida.
A chuva ensina-me que chorar faz parte... O sol anuncia que o olhar descansou... Sou?
Todas as palavras ditas... Cada qual esperada pelos ouvidos alados. Depois disso, a encruzilhada... Depois do colhido, mais nenhum passo.
Abertas todas as minhas defesas,descubro-me só... Construo, em sonhos... Planto em medidas exatas algumas tardes que me restarão.
A chuva cai de contente... Resta-me sorrir, então.

sábado, 10 de julho de 2010

Não tarda...

Não tarda...
Os verdes olhos da mata... Da cachoeira esquecida, em cataratas.
Olhai os verdes sinos... As voltas que dei, enquanto permearam o próprio cíclo... Umbigo.
Morreram as flores da janela... Não reguei os sorrisos que me rodeiam... Fui fina camada.
Agora, em morte escolhida, observo o pó que deixei na estrada que escorre em meu corpo.
Mais nenhuma parada... Apenas um ponto de início... O recomeçar da onde fui estagnada.
Despi-me de mim... Apresentei-me em moldes irreais... Real escolha de ser o ser que representa.
Não tarda os olhos se fecharem... Não fito mais aquilo que me é proibido. Só, eu fico.
Que seja eterno o mundo que criei... Os versos que fiz... As ilusões que desenhei.
Não há escolhas... Nem nos atos que afloram.
Planto minha vida numa balsa desavisada...
Lá vem o trem... De uma história, em desespero, contada.

01:23

Lágrimas

Quem entende?... Ninguém...
Nem as gotas que rodeam a face... Lágrimas desgarradas... Multifacetas.
Mergulhos, no que desconheces... No que não olhas, apenas vês.
Vez e outra... Outras voltas. Baixos sentidos... Medos.
Magia e sofrimento... Um AMOR rarefeito.
Penso que farpas corroem meu triste corpo... Movimento-me, por entre as sombras que escondem o brilho dos meus olhos...
Ah! Quanta loucura se faz em nome do amor... Paixões que o ser humano inventa.
Maravilhas... Pessegueiros... Flores e Lágrimas.
Sementes que não germinam a tempo...

sábado, 3 de julho de 2010

A cada dia...

A cada dia...
Passa lento... Passaraio de brincadeiras... Arcos.
Vejo a estrada e me calo... Calos nos pés da espera... Cansaço.
Olho a face que me acaricia... Perco-me, em escudos que crio... Aventuro-me em águas jogadas... Translúcidas imagens criadas.
As mãos aproximam-se... Desconhecidos sentidos... Já não sinto. Amarga a boca, com palavras que não escuto mais. Mas, perco-me na doçura que é entregue sem cobrar nada em troca.
Não moro mais em mim, nessas horas.
Ouvi o chamado da esquina... Disse-me "dobra"... Segurei os pés no chão... Não encontraria a certeza, apenas indecisão.
Morri, ontem... Ninguém avisou.
Hoje, sustento-me de sonhos... Agarro-me aos joelhos, novamente... Uterino controle. Margens para definirem os estudos cíclicos... Palavra rouca... Manca.
E... Surrupio a verdade... Esmagamos cada linha e dizemos "sim" à loucura.

segunda-feira, 28 de junho de 2010

Um mundo...

Um tanto sofridas as decisões que tomamos...
Às vezes, vértices... Ora planos.
Sabia, desde o início, porque, então, surpreender-me tanto... São voltas... São folhas... São giros castanhos.
Movimento-me... Sou pétala solta... Nada mais pode ser dito de concreto... Prendo os lábios para que não beijem o solo.
Sem saber qual o caminho... Direciono qualquer um. Nada movimenta o meu dia... Perdi-me em saliva fina.
Olhei pelas estradas nas quais passei... Preciso de ar... Preciso de encantamento. Do elogio sem fome... Das palavras que acariciariam os ouvidos... De falas que beirassem os livros que li. Seria ouvidos para os novos "caetanos".
Andei pelas estradas, agora a pouco... Senti o sol e percebi que as montanhas por aqui ainda são as mesmas... Eu que vedei os olhos e percebo apenas as casas.
As linhas marcam o texto que me aguarda... Um dia como outro qualquer.. Repleto de altos e baixos.
Não sei o que eu dito afinal... Sou um ser estranho diante de mais um rosto.
Fico só... Quem sabe, um dia, as cores saiam da paleta e resolvam notar a minha existência...
Aguardo, em AnoniMassa, o final de uma linha marcada nas mãos... Plagiado final, de uma morte sustentada.

sexta-feira, 25 de junho de 2010

O sonho...

O sonho

O sonho não pode ser denso... Então, perde-se no ar, no primeiro acordar.
Sei das linhas das mãos... Crio as minhas próprias danças... Sou assim, desde criança.
Saboreio apenas o que a mim é direcionado... Sem cuidados, fluo como a neblina fina sob teus olhos.
Tenho medo de quem não sabe sonhar... Das ilusões que matam a essência da alma... Das falsas modéstias.
Sob o vulto de uma história, posso dizer o que sinto de fato... Posso mover o mundo, se percebo o retorno certo.
Corro pelos campos... Sou vento forte... Laço, apenas o que deixo... Escolhidos mimos... Voltas e saídas, dentro de mim.
Um dia, encontro o que procuro... Pode estar na primeira esquina... Mas, eu mal vejo os meus próprios calcanhares...Vivo em vão... Frestas que aparecem e somem na escuridão.

Minhas palavras...



Minhas palavras...

Ouço o que eu digo... Penso... Parafraseando..."Existo".
Disse o que deveria ser dito... Cada pétala em seu lugar.
Esperei, em morna resistência... Sou o reflexo do que criei em caminho retorcido.
Agora, lanço as minhas palavras ao vento... Nem eu mesma vou ouvi-las. Ensurdeço para não sofrer.
Corro e não chego... Ainda espero, mas vejo o quão frágil são os ditos que chegam aos meus ouvidos.
Intensidade, Apenas em uma via... A minha.
Perco-me, então... Olho além do horizonte. Decido.
O prédio construido sobre as palhas em fogo... Sem base, os tijolos cantam... Racham.
Ouvi... Pensei ter ouvido... O AMOR mais bonito.
Sigo a minha estrada... A solidão é minha companheira... Personificada, escorre pelo rosto.
As minhas palavras são falhas... Perdi-me ao estar contigo.
Agora, danço sob a lua que acalenta... Lenta mania de sentir que não espero por mais ninguém.

sábado, 12 de junho de 2010

Medo

As noites costumam trazer consigo algumas paúras... Segredos... Ventos.
Quantas vezes, adormecida em mim, contei nos dedos.
Perdi-me, ao encontrar a minha mina d'água... O céu azul e o celeidoscópio de sonhos coloridos.
Amedronta-me o futuro incerto... As gotas que caem da face... O dizer a verdade.
Quantos dias em contínua diversidade de pensares... O medo invade.
Poderia ser tudo extremamente claro... Mas, o contorno ainda é falho.
Vejo, pelas frestas, o quanto perdi de mim... A poesia é o escorregar das teclas.
Podem os lábios sorrirem em vão?... Podem as mãos acariciarem o colo de um silêncio?... Ainda não digo... Ainda sigo...
O medo é a defesa da alma... Do corpo, apenas a estrada.
Melodia, à parte, posso conter alguns segundos a respiração que guardo.
Quantas partes de mim terei de suspender em ar?...Ainda vejo que nada será digno do que sinto.
Apenas palavras soltas... Na madrugada que se assusta com as minhas andanças... Falhas.

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Vale dos Sinos

Vale dos sinos...

Era um lugar, envolto em brisa, tal e qual a poesia...
Em galhos retorcidos pelas noites... Em pétalas alimentadas pelos dias.
Éramos nós... Verdadeiros carretéis.
Teciam-se os tapetes mais lindos... Com o côncavo perfeito das diretrizes... Gabbet em melodia do enlace... Das luas corroídas pelas fases.
Adornados os mantos... Os ombros escondiam a luz que vinha dos olhos... Multicoloridas facetas... Nuance tingidas pelo golpe do pulso nas pedras.
Era um lugar, onde mantíamos o ritmo das ondas... O vale dos sinos... As muralhas crescidas para os outros sóis...
Valendo-se do dito... Aquele, proibido... Moveram-se todas as faixas... Pedestres em folhas secas... De um outono que ainda nos alimenta.
Entregar-se ao som dos sinos... Ter nas mãos o adornado coração... Seguir nas estradas de mim... Encontrar-me, em tua construção de lenços...
Havia risos, desde o início... Sentir, no peito, o quão maravilhoso pode ser um precipício...
Escolhas feitas... Jogar-se ao chão... Enquanto o voo está no escorregar das pernas... Contra-mão...
Despi-me das meias verdades... Fui clara ao oposto... Em outros tempos, não teríamos a mina d'água que, um dia, salivará na boca esperada.
Enlouquecidos são os ditos que se calam... Os que permitiriam o lugar em fios de prata... Os tapetes foram feitos de estrelas, à explosão das lágrimas...
Havia um novelo, quando esticado, chegava ao limite... Da prática...
Inimagináveis florestas... Em crisálidas enroladas...
Sementes que debulhei aos teus pés... Onde ficavam os olhos que eu plantava...

Um traçado

Um traçado...

A vida é assim... Vento... Prosa... Poesia...
Em cantos, asfalto breve... Bravo colosso... Magestade com diamantes... Cristais.
Ouvi sinos... Poderia dizer-te novamente...
Lembrei-me de uma frase dita... Agora, entendo o que me diziam em letras chorosas e quentes...
A vida é assim... Sem conformismo... (Que os céus ou a Terra me impeçam de saber disso...)
Olhei as folhas dobradas em barco... Cada partida, em velas sopradas pelo beijo adormecido em uma tarde...
Amei... Acordei em sol colorido...
À memória, as gotas de um dia.
Ouço a sintonia do futuro... Um cíclico embalo do fluxo que, sorrateiro, me encanta...
Vastas muralhas... Perdidas batalhas... As cruzadas... Encruzilhadas...
Movi o recorte dos lábios, apenas para dizer a ti que o tempo é falho...
Amassados os papéis com nossos corpos... Celestes azuis, em metáforas cinzentas...
A vida é nobre... Nós que apenas uma certeza deixam: A morte.
Diária transição das células... Pólvora descoberta... Traçado milagre...

domingo, 9 de maio de 2010

Teatro

Teatro...

Lançadas as cortinas...Abrem-se as portas... As janelas... Os sonhos...
Os autores... Os atores... As cenas que serão fagulhas com o tempo...
Nada fica para sempre na memória distorcida...
Seletos, somos...
Guardiões das sementes que cuidamos... As demais coisas, planos.

Vi a luz colorida da fonte... Joguei as moedas da sorte...
Fiz do arco-íris, o pote de ouro... A estrela-guia... A mina d'água...
E, entre ditos e lendas... Um teatro... As máscaras dão-me medo...
Aplaudo as cadeiras ocupadas... mas,...
Sempre olho as cadeiras vazias... Elas relembram ao ator os dias sem público... Os dias de solidão.

Vozes graves... Altas... Em bom tom...
Caras amareladas... Feito o antigo papel de pão...
Seres perdidos... Encontram-se... Aproximam-se...
Dão as mãos.
As minhas... São apenas minhas... Escolho o foco e a direção...
Aplausos!!

Silencio a noite

Silencio a noite...

As luzes acesas não dizem mais nada... Eram passos nas calçadas...
Um andar sob o outro, ou será sobre o outro...?
A ordem do dicurso não altera a forma crua do imóvel sentido... Um e outro.

Algumas falas dizem o avesso do que desejaria ouvir...
Eram planos os obstáculos... Agora, crio grumos... Bolas que andam sob a pele...
Vento forte... Poesias... Migalhas que dissolvo em minha garganta trêmula.

Certa vez, quando amanhecia, olhei as folhas do outono gravadas na parede... Fiz da imagem um ponto de chegada... Recortada...
Agora, brinco com os moldes que guardarei na memória.

Olhei em volta... Corri... E não cheguei...
Outros planos... Outras criações... Outras sílabas que nunca chegarão aos pulmões.
Em versos digo o amor que sinto... E, às linhas, deixo o que já não sei.

Penso, logo eternizo... Um parafrasear o nada que fora dito...
O tudo que vira precipício... Morro e nem sinto....
A janela precisa ser adequada... Nem vento...Nem sol... Papéis!

Ainda vomito as frases que deveriam ser ditas... Gasto cada saliva, para que o tempo não me cobre a falta de palavras...
E o resto?... Resquícios do que um dia achei que merecia.

Ah! As frases permeiam as encruzilhadas... Às equinas, deixo o sabor da descoberta...
Algo novo... Algo que ainda não recebi... Um olhar que desafiaria os arrepios...
Ou a coragem.

Vento que saboreia das artimanhas dos discursos falhos...
AMAR apenas uma parte do todo...
Sou a interface dos pedaços que me compõem... Apenas a cola cósmica... EU.

Silencio a noite... Nem planos... Nem lembranças...
Renovam-se as células... Desconheço-me, quando com frio...
Amadurecidas sentenças... O gosto alvo de uma erva daninha... Queimo e renasço...

Enquanto a noite será guia do que já não entendo mais...

Uma História

Uma história...

Às voltas do coração...
O beijo guardado... Manco... Solidificado pelas frestas...
Amaciados pela vontade... Cuidados.

A minha alma canta... Dança em contradição...
Vira pulmão...

Fiz as malas... Rasguei as sedas... Colhi, das rendas, os artifícios...
Elos de uma morada em ventania...
Enamorados... Sem rumo certo... Incerto recado.

O coração pulsa... Lança as falhas... Trocas...
Vira embalo:

Olhei... Cheguei tarde...
Voltei... Guardo na memória...
Olhei... Bela passagem...
Criei... Uma linda história...

Latas Escaldadas

Latas Escaldadas...

O meu poema tem o gosto das sílabas roucas... Das margens salientes... Das curvas diagnosticadas...
As voltas de uma esquina... Do meu corpo em movimento... O ar que julga cada verbo... Monossílabo entendimento.
E as gravatas... Lisas... Soltas... Latas escaldadas...
O meu pé de laranja-lima... As sílabas andarilhas... Bailarinas são as prosas.
Levaram cinco dias para revirar as dobras... No baú das enciclopédias, rastros das palavras que, em meio termo, são nossas.
Para onde fui, quando o destino retalhava as cordas de um violino... Dos pelos compridos... Dos anéis... Das válvulas que nos escapam entre dedos.... Dos elos que criamos e corrompemos, com a palavra tempo.
Palavras... Roucas... Mancas... Que saem pelo umbigo.
Arranco as luzes que saem pelas frestas de lamparinas flácidas.
Que seja o dito... O lamber da face as gotas de orvalho cru... Que seja mito... Precipício...Esconderijo...
Que a rima falhe... Que os versos bradem... Que o dia passe...

domingo, 2 de maio de 2010

Acordar


ACORDAR

Desamarro os nós...
Morro ao infinito...
Que visto seja... Que seja dito.
Visto-me de arames... Vestida de gostos... De zelos... De selos dourados... De goles antigos... De versos multicoloridos.
Ainda sinto... Vasos e veias... Uma lembrança.
Passeio pelas vias e voltas... Vozes e sonhos. Mais uma reviravolta...
Moldo o que desconheço... Desconhecia a face do silenciar o peito.
Ouvi o que deveria ser dito... E... Nas entrelinhas de mim... Passo lenta.
As gotas não lambuzam mais a face... Engulo o choro... Não posso fazer milagres.
Abandonadas as rimas... Permito-me olhar para o lado... Acordar, ainda dói.

A canção


A canção...

"Me dá um beijo, então... Aperta a minha mão... Se é loucura, então... Melhor não ter razão..."... LULU...

As voltas de um dito... Da tua voz em meu ouvidos...
E... Se por ventura, eu ficar... Melhor eu parar e ouvir... A canção da minha própria inspiração?... Piração?

"Dá-me o beijo,..."... E... os risos ficam soltos...
Mostre-me o dançar ... O tango... O balé das cores... O pranto que rola na tua face...
Ou vire-se do avesso... De cambalhotas... Mostre-me do que és capaz...

A canção que sorri em meu peito... Não vasculha a alma lenta...
Sufocaria... "Eu sou terrível..."...
Ventos e rimas... Boa música, em minhas tramas...

Ah!... "As dores são imcapazes..."...
Devolva-me o que roubaste... Devolvo-te, aos poucos, a grande parte que me emprestaste...

Seguro e fato... Deixo contigo uma parte de mim...
Um inteiro, da metade...
O tamanho das letras... O circular do SOL afinado...

Uma parte que ficaria...?...
A canção das medalhas que circulam os lenços da minha face...

Parâmetros

Parâmetros...

Medidas e planos... Veias e enganos...
A lua afirma o dito... Mais uma noite... Mais um dia...
Afirma-se tanto... Risos e plataformas... Sedentas melodias... Mas, não há a mesma medida.
Cai-se nas linhas de palavras soltas...
Procura-se o olhar que seria o horizonte... Parâmetros delineados pelos dedos nas teclas... Digitais de um futuro marcado... Estipulado pelas voltas que ainda sigo.
Parceiras, sim, são as retas paralelas...
Ainda sinto ... Distribuo páginas pelo chão.
Andei pelas vias e redondilhas... Soluço versos... Amo nas entrelinhas de um vulto que se cala.
Apasiguo as estradas de mim... Solto os calcanhares... Ainda não chegou, o peito rarefeito.
Vasculhei as gavetas... As telas... As lembranças...
Fiz do prumo, rumo... Fiz das voltas, manhas... Fiz de mim, o dito.
Permito o trabalho corrido... Um dia, não estarei mais em âncora...
As asas silenciam...
Seguem-se linhas... Esqueceram de avisar que o tempo é curto... Curvo.

Páginas

Páginas...


Olhei algumas fotos... Revirei algumas gavetas... Fui ao consciente subconsciente...
Andei de costas...
Salvo algumas dobraduras, olhei com mais firmeza o gosto que tem a vida.
As páginas de mim... Açucarados dias... As folhas de papéis.
Nas esquinas, tão soltas de mim, posso recolher alguns ângulos... E ditar os arcos que tanto amo...
Formas e balanços multicores...

Ouvi sinos nas pontas dos dedos... Fantasioso dito, mas verídico... A poesia ganha asas, ao pé do ouvido.
Maravilhas... Pessegueiro... Leve canteiro... E o repetir das manhas... Das manhãs.
Às vezes, quase sempre... Enlouqueço o dito... Uma saraivada de pétalas sobre o corpo das letras... Lenços, levemente, despindo o ventre...
Plantam-se sementes... E os nós são lançados sob os lençóis das páginas.
Brinco com as máscaras... Veneza, nunca mais será a mesma...
Lapida-se os dias... Com versos, música e prosas...

terça-feira, 27 de abril de 2010

Mãos


Mãos
Eu estiquei a mão... mas, não encontrei a tua...
Guardei-a, próxima à boca, numa tentativa de manter o controle das lágrimas...do sorriso...
Eram caminhos... Foram-se as esquinas... A poesia brinda o futuro que se espalha.
As palavras que Precisam ser ditas... As ações que devem ser medidas...
O espelhar nas próprias falhas... E modificá-las, antes que seja tarde.
Olhar em volta... E perceber que o olhar do outro já desvia.
O descobrir... Cobrir os dias... Com outros momentos... Com outras vias.
Surrupiei das folhas que vi... Que o lapidar só serve para o lado da lâmina...
Ficarei em concha... Guardada para outra ventania...

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Últimos versos


Últimos versos...

A estrada nem começou a sumir dos meus olhos... Ainda sinto o gosto das flores que criamos... Mas, os versos se fundem à respiração profunda...
Hiato, embalado pela ousadia, faz-se canto.

Surrupiei, das cores mais nobres, meu encanto...
Fiz, das brumas, as cortinas dos enganos...
E foram muitos... Muitos planos...

Corri e não cheguei a tempo das maravilhas...
O gato lança o sorriso aberto a todas as Alices... O país das armadilhas.

Aos devaneios reversos... Faço o alarde mais doce... E o mundo contrapõe-se...
Diz ao vento que é correria...
Diz ao mar "nada de calmaria"...
Dia a lua "fui minha... fui tua".

Os últimos versos são o suspiro da alma... Fui clara estampa... Migalhas soltas nos calcanhares de maria, de joão.
A chave mágica das soluções... Guardada a sete chaves... Opinião!
Marcado os dedos, nas barbas azuis do infinito... Ou morre em palha a história adormecida.

Aos últimos versos, deixo as badaladas cardíacas... Deixo o prumo que não chega... Deixo soltas todas as rimas...
O vento enrola-me no destino... Faço do recuo a mudança proferida... Abro o braço para o acaso...
Deixo o fluxo levar-me em ondas...

E, se por ventura, os pés forem seguidos... Acompanharão os passos observados pelo gosto da memória... E que sejam abraçadas todas as metáforas...

Aos últimos versos, deixo a melancolia do amanhã...

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Solidão

Jogo-te contra a parede
Sem dó...Sem pena... Um retrato...
Desfaleço à minha maneira.
Acoberto-te... Aberto abraço... E suplemento o meu dia com as tuas manias...
Aflita,ando em passos lentos...Saudades...
Solidão de ti, a todo momento.
Construo muros... Plantas... Riachos.
Ilumino os andaimes... Os ritos e migalhas...
Depois, sorrio as gargalhadas.
Lembro-me da face...Das mãos atrapalhadas...
Lembro-me do canto...
Depois, jogo-te na parede, novamente
Amo-te baixinho... Um vulto... Um lenço... Um movimento.
Solidão de ti só chega quando eu aguento...
Depois, A pele dança... O sussurro agita... O gemido inflama.

domingo, 18 de abril de 2010

Ainda não vi...


Olhei, na noite silenciosa, o rastros das palavras ditas...
Um vasto caminho em sílabas... Um montante de risos e choros.
Ainda não o vi de fato... O Amor escancarado...
Ele passa, desajustado... Diz o que a mente anuncia... Mas, não vem à tona... Dorme em berço desconhecido.
Um dia, entre milhares de notas seletas, encontrarei a palavra mais certa...
O mundo que precisa de movimento... A paixão que precisa nortear meus pensamentos... Água clara... Límpida de véu e lenços.
Ainda não o vi, de fato mesclado. Nem, tampouco, corri para os seus braços. Tanto tempo corrói as lâminas da história... Fica o rumo, mas perde-se a trajetória...
E, se as luas são todas tuas... O que de vasto abrigo dirigido resta?... O nada em caos consagrado... O aperelho imobilizado... Ou as lacunas dos dias... Afirmo o requintado mármore. Respiro lassa.
As transparências das telas... O ouvir o mel da verdade... E ser minha em frágil embalagem que, não tarda, esvai-se.
Posso guardar-te em caixas coloridas... Da face exposta, a guarida... Mas, não posso aguardar-te em conchas que em muitas praias brilham.
Ainda não vi... O que beijo roubado alcançaria... Tenho medo e desejo, nas tardes frias.

12:24

sexta-feira, 16 de abril de 2010

Romântica

Pensei que as flores contornariam a pele...
Andei pelos frascos mais seletos... Ouvi o chamado da lua... Tua!
O passado que se recorda... As folhagens que caem na calçada... Um jeito de olhar o mundo.
Quando as pétalas desfolharam a alma... Olhei... E vi o céu...
O corpo em dança... A face sorrindo à toa... E o mundo um grande carrossel... Criança.
Via-se o dedilhar da canção... As batidas do coração... E o andar de mãos dadas.
O colo pede o sufoco... E apenas o adorno escolhido.
A joia mais rara... A vontade mais seleta...
E dizem que o mundo não gira. Onde me lanço, então?... Rios... Ruas... Ou tuas mãos.
Ainda encontro, não há mais saída... As vestes que tombam... O olhar mais seguro... As atitudes que me guardarão...
Uma caixa de lembranças... Meu sorriso... Minhas sílabas, estampadas no que digo...
Que seja falho esse romantismo... Falhadas rotas... Morcego perdido... Guardo-o comigo.

Sorrio de mim...



Sorrio de mim...

Estive pelas frestas...
Suei em versos o amor infinito... Fui algum dito.
Misturei-me entre o sonho e a realidade... Tive pressa...
E... As dores que marcaram o peito... Não foram escutadas de fato... Um retrado, emoldurado pelos laços.
Ainda me perco nos olhos que não entendo... Sorrio de mim... Por entregar-me tanto aos sonhos.
Ainda digo... Ainda amo... E os planos?... Desses, tenho de ter distância.
Os meus passos são largos... Gosto das atitudes que definam... Mesmo que mudem.
Não aprendi a esperar... Canso... Atrapalho-me, porque as mãos não sabem digitar no vácuo...
Meus versos... Minhas vontades... Minhas algemas...
Ouvirei o pássaro... Plantarei alguns galhos... E, perdida fico, nas folhas que caem.
Ainda não sei... Preciso morrer, para aprender a não ser eu.

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Vou



Vou...


Vou... Embora, o mundo se precipite...
E as luas solucem mansas...
E a vida apareça em parte.

Vou embora...
Não que a face retrate...
Nada que seja disparate.
Sagrada... Profano... Ajustes... Engano.

Embora os aplausos cedam...
Sedada fico... Não amanheço.
Gostos e giros... Lentos precipícios...
Momentos...

Lacunas soltas... No céu da minha boca.
E que se rasguem os medos...
Desafios... Tropeços.
Em frestas, vultos.
Absurdos que emanam da mente...
Demente... De repente?... Grito.

Saí pelas esquinas...
Pelas dobras... Pelos avessos.
Nada fica... Somente gente... Aflita.

Vou...
Sem pedir licença...
Sem nenhuma indiferença.
E a madrugada canta...
Vasto solo adormecido... Em silêncio.
Um canto amanteigado pelo riso de canto...
Adornados mantos... Um suspiro.



17:29

domingo, 11 de abril de 2010

Avisa-me

Avisa-me

Avisa-me, quando os olhos cerrarem as cores...
Quando o vento serrar, feito foice, as gotas da face...
Abre-se o caminho... Visto-me sozinha... Lanço as voltas dos cadarços...
Sou aço... Reverso dos dias... Uma noite sofrida.

E, quando os versos parecerem doces... Olha-me mais atento... Cada linha, um sofrimento.

Avisa-me quando a morte for azul...
Das coisas únicas revestidas de certezas...
A busca incessante pelas esquinas que desconheço...
Moldes de um fim... Modelo de começos.
E, quando a lua colorir o céu em dueto, fala para mim das estrelas que te contornam...

E, quando as palavras parecerem cruas... São a minha essência absoluta... Cada linha,um recomeço.

Avisa-me, se o destino for lento... Pois, percorro as linhas com os dedos...
Não há entraves que sejam escadas... Os andares somem, mas os passos ficam...
Andarílha de mim... Já desconheço a face que notas...
Minha construção de sentidos... Minha morada.

E, quando o beijo for o último... O resgate será alguma página rabiscada... Cada linha diz aos meus ouvidos: o Amor mais bonito.

Aviso-te, se a vida virar uma teia emaranhada de silêncios...
Andarei sobre as lembranças de cada oceano em gota...
E... Os goles de uma reviravolta... É a certeza que te calo agora...
Desejo que todas as noites se calem... Que passem...

E, quando o dia raiar... Sou apenas metade...

14:51

Ainda Assim

Ainda assim

Os versos mais doces...
Ao profundo mar em tons multicores...
Algumas gotas na face que espantam.
As folhas soltas.

E danço, nas cortinas que se dissipam aos goles da minha boca...

Justamente, agora, em que os passos estavam soltos...
A vida entrelaça os sentidos... Volta-se ao ninho...
Vira-se a queda d'água... Ainda assim, mergulho em mim...

E, danço, nas entrelinhas de um papel sorrateiro aos olhos...

Cais... Em espera que nunca chega...
O saber que o ocorrido se foi em ditos.
Cais... De Neruda... Afundar... "em fosso do silêncio"
O beijo mais profundo.

E... Amo-te... Em salvaguarda.
Firo apenas a garganta desgarrada.



20:52

O menino

O menino

Andava tão assustado, o menino com os pés no chão....
Guardava, no bolso, algumas histórias.
Contava, nos dedos, a grande espera do coração.

Sorriu, de repente... Alçou o outro sorriso...
Tão claro e comovente...
O amor que o menino sente.

Andou pela vida... Saboreou, das frutas, os sonhos.
Brincou com as notas... Lançou-se ao papel.
Menino certeiro alcança o peito da moça, então.

Olhar pequenino... Parece que voa...
Assusta-se... Assusta...
Encanta-se... Envolto nos fios das longas tranças.

Magia de lanças... Quixote e Pança...
Lutou ,bravamente... Moinhos e ventos...
Correu carretéis.

O leve menino, agora, cresceu.


15:30

( "O que o ouvido canta" Poesia infanto-juvenil Nadia Rockenback)

A janela

A janela...

Minha vida lambuzada pelos pingos...
Ouvindo sinos... Andando nas ruas...
Saboreando o vento...

Cada fatia em um lugar certo...
Ainda não sei ao certo...
Saboreio o vento...

A janela canta entreaberta...
Rangem as dobradiças...
Sinais de um tempo enferrujado...

Alcei as palavras mais bonitas...
Voei pela curvas das alças que escorrem pelos ombros...
Do resto, semeei as oportunidades...

Espero a chuva que embaça a vidraça...
O guardar-me em minha caixinha de aço...
Ouvi as palavras... Sempre as ouço.

20:36

Os versos

Os versos...

Entrego os meus laços de fita...
O retirar das tranças, das tramas cadentes pelos ombros.
Ouvi a chuva... Fina e marcante... Apareceram os sinos adornando o meu rosto...
Senti as luzes de mim... Fui ao alto... Olhei os muros e jardins...
Melodia... Melancolia... Nas letras que me convém...
Artes e manhas... Artimanhas... Manhãs em palco...
Um retrato...
Alguns versos... Posso alimentá-los com teu sorriso...
Posso alimentar-me nos sabores das tuas palavras...
Minha boca nua... Um discurso elaborado pelo sentimento que te toca...

23:23

Dominó

Dominó


A estrada leva as ondas...
Mares e marés...
Móveis e Imóveis cantos... Rodas e giros.
Partículas em forma... Rotas.
Sopro o labirinto... Desconstruo em vento forte... Rumo ao norteado sentido.

Saborear os movimentos... Fazer,de um, o começo do fim...
Pedras pintadas em círculos... Retângulos acostumados com o encaixe... Perfeito?
Amar em cubinhos... De gelo... De bombons...

Domino os meus passos... Nosso centrado enlace...
Dominós rodeiam os matemáticos sonhos...
Um mais um... Dois inteiros... Côncavos... Convexos...

Alguns roteiros... No céu da minha boca...

00:37

Pedras

Pedras...

Grudei algumas pedras na parede... Pensei, enquanto isso.
Movi-me por séculos... Fui afoita ao encontro de mim.
Alavanco cada palavra... Retirei cada uma do meu baú-vocabulário... Espalhadas... Soltas no Cosmo... Cada um pega e se enrosca... Molda e envelopa num texto...
Movi as pedras... Fiz um mosaico escovado... Lapidado pelo cuidado, movido feito um clarão... Quebrados cacos pregados pelo cimento da alma.
As pedras soltas da nossa cachoeira... As pedras que guardamos em nossas caixinhas... As pedras que adornam os meus pulsos... Impulsos.
Verdes trigos... Esmeraldas... Sentidos?...
Já não sei... Pensei nisso em cada lasca... Um instante.

02:01

Bocas e salivas

Bocas e salivas...

O verde gosto das sílabas... Tantas palavras ditas... Tantas bocas falando do mesmo tom...
Onde estará o meu pedaço nisso... Um pensar que falha... Ditames de uma intuição que é carranca injusta... Justas saias de uma verdade que deflora... Aflora.
Magia... Gostos... Bocas e salivas... Todos os rastros... Meus pequenos passos.
Amareladas páginas... Nas quais todos desenham aquilo que amam...
Vértices de um pico profundo... Um desconexo plano.
E... A vida ,personificada ,ganha o troféu... Diz, em ouvidos loucos, que os versos ainda são poucos.
Melodia e cores... Amados... Amores...
Ainda não sei de nada... Preciso da face encostada... Precisas palavras ganhariam mais dos meus risos soltos...
E... Ainda sinto... Tenho um minuto... Aguardo o arrancar das máscaras... Passo.

00:40

quarta-feira, 7 de abril de 2010

Frascos

Frascos...

Estava na estante... Um pequeno frasco debulhado pelas gotas...
Azul, em vitral... Sabores escolhidos... O deslizar dos meus dedos.
Aproximei-me da janela lambuzada pelo calor do quarto e pelo lado oposto, a chuva... Aproximei-me da janela, estava na penumbra da cortina que dançava.

Na cômoda, deixei que alguns frascos virassem cachoeira e que os líquidos escorressem pelo assoalho envernizado...
Segui o coração... Enquanto olhava o espelho que refletia as minhas tranças...
Na casa, olhava o jardim... Um pequeno paraíso de mim...
Algumas páginas amareladas... Entre o livro que amaciei com os olhos...
"Confesso que vivi" tal Neruda que li em ouvidos seletos... Confesso que sempre vivo, em palavras...

Os frascos, abertos em cores, dizem-me que as pérolas adornam o colo serão despidas pelas palmas dos olhos amados...
Sombria noite... Que me desfalece, em um retrato emoldurado...
Os frascos contém a dose certa de mim...

domingo, 7 de fevereiro de 2010

Riscos...


Corremos... E não chegamos...
Tudo perfeito, diante de um destino que talhava as nossas faces.
Riscamos o solo com lágrimas e risos... Era o nosso precipício.
Amamos, em água corrente... Nunca o líquido passa pelo mesmo duto.
Colher flores... Todos fazem... Por que, então, colher migalhas?
Risco cada laço... Dou voltas em infinito... Jaz o Amor mais bonito?... Ainda não... É cria, ainda.
Aprendemos, com riscos a lápis, que cada letra forma um vácuo... Significado... Esse, entre meias escolhas...Para quem deseja todas.
Alimento-me de mim... Sou sombra que tarda a partir... Sou a luz, do rosto que desejas... Ainda há rabiscos, debaixo das conchas.
O mar envolveu-me sem cuidados... Ainda pasmo!
Solidificar a água morna... Amar, com verdade...
Disso tudo, guardo os retratos nas gavetas...
Tenho pouco tempo, nessa estrada.

22:15

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Entre Aspas...


Rasgo o escaravelho do texto... Capengo em letras adormecidas... Uma língua que se perde, em entalhes do meu dito...
Assim, formulo as páginas... Rasgando escaravelhos do sentido.
Signo de ostras... O mar em ondas... Amor entre aspas...
Nada importa de fato... Apenas as palavras cruas... Mordidas pelas beiradas.
Posso rabiscar o que me dizes... Posso colher-te em mina d'água... Vasculhar o teu sorriso.
A moura-torta... As agulhadas de um rito antigo...Nosso risco.
Nada importa... Apenas o que está atrás de cada porta línguística... Da língua que lambuza a face... Adocica o céu da minha boca.
Significantes... Coisas ralas... Definidas pelo sopro da necessidade...
Significados... Teu sorriso no meu... Compacto... Côncavo e convexo... Reflexo das palavras soltas.
Códigos de ti... Das luas que me presenteias... Tuas teias...
Andei por aí... Fui apenas ali... Já voltei. E dizes: esperava por ti.
Rasgo os textos... Nada importa...
Apenas o nosso encontro de corpos... Equidistante enlace.
Torneio a vida... Com lenços tão finos... Que se enroscam aos teus calcanhares...

Ser Amor


As paredes ganham tijolos... Ganham cores...
Poucos mimos... Assim, acredito.
Ser labirintos... Ser Amor... Nosso rodamoinho.

Pra ser amor... Em vasto dizer gramatical... Pede saltos... Sucumbir as muralhas... Sucumbir às muralhas... Paredes de cristal.
Pede beijos... Pede o gosto de domínio lábios...
Corpo em chamas... Contornos na face... Sem igual.

Paciência... Convivência... Retorno ao grito... Atado destino...
Que seja fato.
Pra ser Amor... Em sereno nos teus olhos... Basta o teu viver bem... O teu acertar os ponteiros... Esse teu desejo imenso... O Amor que sai da tua boca...

Corro, em tua direção... Pulmão...
Escorrego as lâminas das palavras... Apenas para dizer-te que para ser Amor, basta olhar-te... Mais um recorte...

Salas...


Ouvimos o pagear do tempo... Dos movimentos.
Em paredes lentas, corto os dias... Sementes de mim.
Gosto de pêssego... De lambidas na face... De maçã em arte.
Salas e suas cores simples... Cortinas de água cristalina.
Pedras soltas... Na tua memória... Cordas.
Alinho os monumentos... Crio das salas, saias molhadas na cachoeira.
Recortas o vento... Presenteia-me com rotas... Nossas asas...
Mascavo bolo... Salas de estar... Salas coloridas...
As salas soltas... Cortinas de lenços finos...
Ando solta pelos campos do nosso passado... Selo as cartas, rotino os dias... E, depois, caio nos teus braços...Presente enlace.
Quatro paredes... Minha árvore.

Retrato de nós


O mundo escrito... Solidificado pelo teu sorriso...
Amor em gotas... De chocolate, sempre digo.
Andei pelas ruas... O sol rasgando os dias...
Movemos os nossos cantos... Em rimas e prosas... Em ritmo acelerado.
Amor a mim... Sempre ouço em palavras graves... Sem entraves.
Gosto de fantasia... De pétalas debulhadas em sonhos... Esse é o nosso tamanho.
Luzes... Riscos ... Rabiscos... Rascunhos de nós... Vários laços em fitas tão finas... Soltas pelos dedos... Amarradas pelo coração.
Imagens e fatos... Gatos e lagartos... Portas e Notas... Florestas e matas.
Movo os rastros de ti... Somos o espetáculo... Somos humanos... Retratados nas ondas do mar.

Enfim, saboreio o dia andando nas nuvens... O que dizer mais?...

domingo, 10 de janeiro de 2010

Serena musa...



Amado encontro... Das páginas aos sonhos...
Os contornos de versos brancos... Com gosto de futuro.
Nas entrelinhas... Sou apenas minha...
Em gotas de chocolate, posso olhar-te em cada pensamento teu.
Poso em lâminas de tinta fina... Pouso em teus cílios... Enlouqueço-te o juízo.
Fazer da vida o enlace perfeito... Colher apenas o que for plantado... Ouvir o teu chamado... Recado.

Rondas...


Raros são os dias?... Estrelas no céu da boca... Maravilhas.
Encontro-te na areia fina... Em ondas cristalinas... No movimento de retorno.
Teu corpo... Meu encontro.
Páginas escritas com os dedos cruzados... Meu eterno giro, em lenços ciganos.
Ouço a calmaria de mim... Alguns recortes... Alguns rabiscos de ti.
Ouço o vento... Sopra lânguido em meus cabelos...
Grudo-me aos joelhos... Movo a lua...
Entre os lençóis... Muralhas de nós... Paredes sem sombras... Hiato.

sábado, 9 de janeiro de 2010

AMOR

Sabemos tanto do amor... Olhamos a vida com as asas do coração.
Construir um caminho... Olharmos na mesma direção.
Ser humano... Gostar do outro... Respeitar as diferenças... Sermos irmãos.
Falta muito, todos sabem, para a sociedade interagir como deve... Cuidar de todos como iguais.
A tal cidadania falada aos quatro ventos... Que ainda precisa ser aprendida de fato.
Olhamos os dias... Cuidamos daqueles que amamos... Podemos fazer isto com todos os diamantes lapidados em cada sorriso...
O mundo é colorido, acredito.
Lembro-me de tantos sonhos... De tantos planos de fazer o possível pela humanidade. Ainda penso em longas estradas... Em fazer a diferença.
Aprendo muito todos os dias... Com a brincadeira dos meus gatos... Com as perguntas dos meus alunos... Com o carinho da minha filha... Com o carinho de grandes amigos... Com o Amar e não estar sozinha.
Vejo as Lãminas de um futuro que se espelha com cada exemplo doce que trago comigo.
Encontros e palavras... Um pensar só, mas repleto de sonhos ainda.

EntreCores...



Lanço-me ao infinito... Mover o amor em gotas de dias.
EntreCores, voo ao teu colo... Sou as pétalas de mim.
O mar acorda cedo... Laça-me os calcanhares... Crio asas para estar contigo.
Momento abrigo.

45 Dias e Noites


45 Dias e Noites está na Editora Protexto! Confira!
Prefácio Elias Daher e imagem interna Josué Gomes (Rascunhomusical)

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Lascas de nós...


Lascas de mim... Lascas de ti.
Lâminas de nós... Somente nós.
Ouço as lambidas do tempo... Os versos e reversos de um futuro.
Perco-me... Perco-me, em distâncias... Em estradas e faixas coloridas.
Brisa... Vento... Magia de discursos.
Saboreio as frutas em galhos... Baco lança-me aos céus.
Permitir-me nadar sob cascas finas de gelo... Aquecer-me em teus braços.
Ouço as curvas de uma onda... O mar acorda-me cedo... Silêncio!

22:25

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Vestida de lua

Amei ao som de fantasia... Tive a alma completamente invadida... Permitida vontade.
Olhei com a ternura face... Envolvi-me, em caracóis.
Sempre com a verdade em punho... São os versos iluminados de uma face que chora... De traços que contornam a minha vida.
Vesti-me de lua... Espiei um futuro... Encontrei-me nos sonhos teus.
Rasgo as páginas da vida... Ainda não sei o que o espelho reflete... Mas, são duras as crostas... Viram pérolas com o tempo.
Sou a face do silêncio... Não entendo artimanhas... Ainda preciso crescer mais... Aprender com relâmpagos assusta a face...
Ainda vestida de lua...Tão minha... Tão tua...

(... EntreCores...)

Muralhas

Sinto as mãos atadas... Mas, ao Universo incorporadas...
Muralhas de mim foram descascadas pelo tempo... Pelo cuspe de segredos.
Ouço a melodia de um enlace... Amei a vida em grandes goles...
Vi-me nua... Totalmente tua.
Sou o edifício de mim... Guardo-me para a mina d'água... Sou o que o rosto retrata.
Clara imagem transparente... Um pedaço de mim, para ti.
E as palavras ficam justas, apertadas em meu peito... O ritmo cardiaco adormece as palmas... Envia-me o recado de que não há muito tempo.
Apenas um minuto... Ainda não entendes... Guardo-me, então... Viro apenas respiração.
Meus dias, nas muralhas de mim... Envolta em luzes de um futuro sonhado... Amado de uma maneira única... Para sempre iluminado pelo sorriso teu.

O verdadeiro Amor

Amar é ir além de um simples toque... Afagar o coração... Virar pulmão.
Amo em voltas de mim... Em cores de um jardim.
Amo em luzes transparentes... Em olhos... Em lentes.
Saboreio os dias... Ainda não sei o que ditam os rastros.
Sinto-te em emoção... Gosto dos recortes... Das falas... Do mundo que criamos.
Ouço as palavras mais loucas... Guardo-me em silêncios coloridos.
Inocente... Amor verdadeiro.