segunda-feira, 26 de abril de 2010

Últimos versos


Últimos versos...

A estrada nem começou a sumir dos meus olhos... Ainda sinto o gosto das flores que criamos... Mas, os versos se fundem à respiração profunda...
Hiato, embalado pela ousadia, faz-se canto.

Surrupiei, das cores mais nobres, meu encanto...
Fiz, das brumas, as cortinas dos enganos...
E foram muitos... Muitos planos...

Corri e não cheguei a tempo das maravilhas...
O gato lança o sorriso aberto a todas as Alices... O país das armadilhas.

Aos devaneios reversos... Faço o alarde mais doce... E o mundo contrapõe-se...
Diz ao vento que é correria...
Diz ao mar "nada de calmaria"...
Dia a lua "fui minha... fui tua".

Os últimos versos são o suspiro da alma... Fui clara estampa... Migalhas soltas nos calcanhares de maria, de joão.
A chave mágica das soluções... Guardada a sete chaves... Opinião!
Marcado os dedos, nas barbas azuis do infinito... Ou morre em palha a história adormecida.

Aos últimos versos, deixo as badaladas cardíacas... Deixo o prumo que não chega... Deixo soltas todas as rimas...
O vento enrola-me no destino... Faço do recuo a mudança proferida... Abro o braço para o acaso...
Deixo o fluxo levar-me em ondas...

E, se por ventura, os pés forem seguidos... Acompanharão os passos observados pelo gosto da memória... E que sejam abraçadas todas as metáforas...

Aos últimos versos, deixo a melancolia do amanhã...

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