domingo, 18 de abril de 2010

Ainda não vi...


Olhei, na noite silenciosa, o rastros das palavras ditas...
Um vasto caminho em sílabas... Um montante de risos e choros.
Ainda não o vi de fato... O Amor escancarado...
Ele passa, desajustado... Diz o que a mente anuncia... Mas, não vem à tona... Dorme em berço desconhecido.
Um dia, entre milhares de notas seletas, encontrarei a palavra mais certa...
O mundo que precisa de movimento... A paixão que precisa nortear meus pensamentos... Água clara... Límpida de véu e lenços.
Ainda não o vi, de fato mesclado. Nem, tampouco, corri para os seus braços. Tanto tempo corrói as lâminas da história... Fica o rumo, mas perde-se a trajetória...
E, se as luas são todas tuas... O que de vasto abrigo dirigido resta?... O nada em caos consagrado... O aperelho imobilizado... Ou as lacunas dos dias... Afirmo o requintado mármore. Respiro lassa.
As transparências das telas... O ouvir o mel da verdade... E ser minha em frágil embalagem que, não tarda, esvai-se.
Posso guardar-te em caixas coloridas... Da face exposta, a guarida... Mas, não posso aguardar-te em conchas que em muitas praias brilham.
Ainda não vi... O que beijo roubado alcançaria... Tenho medo e desejo, nas tardes frias.

12:24

Um comentário:

monica mosqueira disse...

"o rastros das palavras ditas" são de tamanha força e por isso devemos cuidar bem do que vamos dizer/cuidar bem das palavras a escrever/e vc fez isso muito bem aki!