quarta-feira, 14 de abril de 2010

Vou



Vou...


Vou... Embora, o mundo se precipite...
E as luas solucem mansas...
E a vida apareça em parte.

Vou embora...
Não que a face retrate...
Nada que seja disparate.
Sagrada... Profano... Ajustes... Engano.

Embora os aplausos cedam...
Sedada fico... Não amanheço.
Gostos e giros... Lentos precipícios...
Momentos...

Lacunas soltas... No céu da minha boca.
E que se rasguem os medos...
Desafios... Tropeços.
Em frestas, vultos.
Absurdos que emanam da mente...
Demente... De repente?... Grito.

Saí pelas esquinas...
Pelas dobras... Pelos avessos.
Nada fica... Somente gente... Aflita.

Vou...
Sem pedir licença...
Sem nenhuma indiferença.
E a madrugada canta...
Vasto solo adormecido... Em silêncio.
Um canto amanteigado pelo riso de canto...
Adornados mantos... Um suspiro.



17:29

Um comentário:

JR Gomes disse...

Bela poesia que vem nas entrelinhas das palavras que se vão.